Turismo aqui descobriu o Rio Grande de Bombacha

Há muito que batemos na tecla de que turismo aqui é para vender nosso regionalismo e não a EUROPA BRASILEIRA. Parece que finalmente os doutores no assunto deram à mão á palmatória e os do governo que sempre foram distante das coisas culturais gaúcha, preferindo vender outra imagem do sul do que a verdadeira imagem nossa, a de gaúcho, também. Os paulistas da CVC há mais de dez anos estão explorando, no bom sentido da palavra, nossa cultura para encantarem seus milhares de turistas que desembarcam aqui vindos principalmente de Minas Gerais e São Paulo. Além de terem comprado o Hotel Serrano que antes alugavam, os paulistas mostram aos gaúchos que seus clientes querem ver os nativos da terra e não a EUROPA BRASILEIRA querem beber chimarrão, vinho, canha, comer churrasco, comida regional de panela, tirar leite na mangueira, assistir tertúlias com música e poesia regional gaúcha e danças folclóricas.
Com isso logicamente entender para consumir nossa música, literatura, artesanato e tudo que a Serra bem produz. No governo Antonio Britto o Secretaria de Turismo pôs no ar nacionalmente uma bela campanha publicitária dos pontos turísticos gaúchos usando de fundo musical um samba carioca. É duro de acreditar, mas eu ouvi ninguém me contou. Gostaria de saber quantos turistas vieram aqui pelo samba. O professor Kipendorff da faculdade de turismo da Suíça, certa feita na FIERGS, afirmou que turista quer cenários naturais, cultura local, hospitalidade, comer e beber bem e depois dormir seguro dentro das suas posses. O quesito hotel foi o último citado por ele propositalmente e fundamentado cientificamente em pesquisas, logo nossas observações a esse respeito feitas antes do europeu suíço, mesmo que empiricamente estavam corretas, porque, tem coisa que não precisa ser doutor para entender, ver, sentir. Então mesmo que seja só pela questão comercial, finalmente pressinto que o governo e as elites descobriram o Rio Grande do Sul verdadeiro na sua gente, na sua cultura e passaram ter menos vergonha desse jeito gaúcho admirado pelo mundo de Santiler e de Obama, regionalismo que disfarçadamente tem admiração aqui nas altas rodas, que podem e devem curtir o mundo dos outros, mas que não são justos quando neutralizam o nosso mundo, a nossa vida, o seu mundo do ser gaúcho.
É bom que se diga que só se gosta do que se conhece! Outro dia num elevador de um tradicional prédio comercial de Porto Alegre na LeonardoTruda, um cidadão de quarenta anos talvez, me perguntou o que era o material que tinha nas mãos e para que servia? Respondi, isso se chama Mala de Garupa, utensílio que o gaúcho usa no lombo do cavalo, firmado por de baixo dos pelegos da encilha, para guardar seus pertences ou fiambre, e quando está a pé, usa no seu ombro ou no braço. Agora aqui na cidade as empresas estão fazendo de souvenir, brinde personalizado. Há muito obrigado! Disse o curioso e continuou. Está em moda tudo o que é de gaúcho, mas eu não gosto, nem posso ouvir música gaúcha, tenho pavor. Fiquei pensando, que pena, esse foi mal iniciado, não conhece e tem preconceito. Essa é a questão, as pessoas emprenhadas pelo ouvido, tornam-se preconceituosas e aqui na capital de todos os gaúchos ainda se vê essa ignorância.
O normal é as pessoas quererem saber da sua história cultural e o gaúcho não é uma invenção do Paixão Cortes e sim um resgate que transformou-se em resistência e para o turismo um produto que será a cada ano mais admirado se não perder a autenticidade.
Para pensar: A originalidade de um povo é muito mais importante que qualquer moeda ou moda estrangeira!
FONTE: DOROTÉO FAGUNDES

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